AutoBiografia

 

Chamo-me Elsa Maria Martins Paz Ferro, sendo o último apelido adquirido por casamento. Nasci no dia 2 de Julho de 1973, na cidade de Luanda, freguesia de São Paulo, sou filha do segundo casamento da minha mãe, Maria Isaura Lopes Martins Paz, natural de Braga e de Ricardo Costa Paz, natural de São Vicente – Lisboa. Embora o meu Pai nascesse em Portugal, o meu avô era espanhol da zona de Galiza – Espanha.

Em 1968, os meus pais emigram para Luanda à procura de melhores condições de vida, o meu pai era projeccionista de cinema ambulante e a minha mãe cabeleireira. Os meus pais contam que Angola era um país maravilhoso, boas praias, boa gente, uma vida sem luxos, mas com tudo o que é preciso para se ser feliz.

No ano de 1975, os meus pais regressam a Portugal por motivos políticos na época, tinha eu dois anos de idade. Estava-se a viver em Portugal uma fase difícil, principalmente para quem vem das colónias ultramarinas. Algumas eram as ajudas que davam, como o apoio aos reformados vindos do Ultramar, como estes não tinham habitação era lhes dado a oportunidade de serem distribuídos por hotéis e pensões.

Nesta altura o meu pai já tinha sessenta e dois anos de idade, foi reformado e a minha mãe quarenta e seis anos, recebiam na altura o subsídio do IARNE, e como não tinham familiares, foram alojados no hotel Roma em Lisboa, até que conseguissem habitação própria na altura estava-se a concluir o Bairro Fundo Fomento de Habitação, hoje o Vale da Amoreira.

Os meus pais apresentavam grandes dificuldades, porque tinham ainda duas crianças ainda pequenas, eu e a minha irmã com mais 7 anos que eu.

Na altura o que nos valia a nível de alimentação eram as duas refeições principais diárias que os fuzileiros de Coina nos forneciam, o que também não durou muito tempo, pois o IARNE passou a dar uns cheques dirigidos a vários restaurantes, para nos poder fornecer a alimentação por intermédio do IARNE, e assim pouco a pouco a vida foi tomando rumo, pois sinceramente a idade dos meus pais nunca ajudou.

Fomos sempre uma família unida, somos quatro irmãs, duas do primeiro casamento da minha mãe e duas do segundo, nunca fomos meias-irmãs, sempre nos tratamos de forma igual, as mais velhas, uma com  anos e outra cinquenta e cinco anos e a outra quarenta e três anos. A mais velha é solteira e tem uma filha que já tem dois filhos, uma com onze anos e outro com seis meses, por isso já sou tia-avó, a outra minha irmã tem dois filhos, uma delas também já tem uma menina com onze anos, e a minha irmã de quarenta e três anos tem uma rapariga com vinte e cinco anos.

 As minhas sobrinhas, filhas das minhas irmãs mais velhas foram sempre mais irmãs do que sobrinhas devido à proximidade da idade entre mim e elas, até porque uma delas foi a minha mãe que a criou, por isso

crescemos juntas.

A família para mim é muito importante, sendo que a minha mãe é a pessoa mais especial da minha vida.

No ano de Mil novecentos e oitenta, entrei para a Escola Primaria do Vale da Amoreira, fui sempre uma criança calma e bastante sociável, depressa arranjei amizades, dessa época não me lembro muita coisa, só mesmo os passeios com o meu pai, as idas ao parque com baloiços, à praia, momentos que ficarão sempre na memória. A figura do meu pai foi sempre muito importante e ainda continua a ser.

Em Mil novecentos e oitenta e três, entrei para o ciclo preparatório, lembro-me bem, era tudo tão diferente e eu estava tão assustada, a minha irmã teve de ir comigo na altura, comecei uma vida nova, novas amizades, novos horários, professores novos, um ambiente diferente.

No ciclo preparatório fiz amizade com uma rapariga também do vale da amoreira, a Mila, como lhe chamava, éramos muito amigas, estudávamos juntas, fazíamos os trabalhos, coisas que não voltam mais, que passam com o tempo, pois a vida destina o nosso futuro e nunca mais soube nada dela.

No sétimo ano, não transitei de ano, coisa que voltei a repetir, nesse mesmo ano fui para a Suíça para junto da minha irmã mais velha, que trabalhava num hotel na Suíça na montanha, Hotel Rössli, situado em St Anton, o Hotel típico da zona Suíça de Appenzell, uma região rural, com uma pequena vila na descida da montanha chamada Oberegg...

"Extrato da Autobiografia do Portfólio"

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